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Para todos que curtem MATEMÁTICA




"M A T E M Á T I C A -


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domingo, 22 de novembro de 2020

O que é a sequência de Fibonacci?

 

O que é a sequência de Fibonacci?

A sequência de Fibonacci é composta por uma sucessão de números descrita pelo famoso matemático italiano Leonardo de Pisa (1170-1250), mais conhecido como Fibonacci, no final do século 12. O matemático percebeu uma regularidade matemática a partir de um problema criado por ele mesmo. Além disso, quando esses números são transformados em quadrados e dispostos de maneira geométrica, é possível traçar uma espiral, que curiosamente também pode ser vista em muitos fenômenos naturais. 

Leonardo percebeu um dos exemplos da sequência ao observar a evolução de uma população de coelhos em um ano, originada por um único casal da espécie. Desde que nenhum coelho morra no processo, a sequência é infinita e começa com os números 0 e 1. A partir do 3º mês, quando os coelhos possuem maturidade sexual para procriar, o matemático notou que a quantidade de casais de coelhos mês a mês cresce segundo uma mesma ordem. Nesse caso, os números seguintes serão a soma dos dois números anteriores, ficando desta forma: 

0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584...

Assim, a fórmula a seguir define a sequência: 

Fn = Fn - 1 + Fn - 2

(Fn = Fator numeral)

No caso, repetimos o número 1 e somamos os dois, ou seja, 1 + 1 = 2. Em seguida, somamos o resultado com o número antecessor, ou seja, 2 + 1 = 3, e assim continuamente, em uma sequência infinita:

3 + 2 = 5

5 + 3 = 8

8 + 5 = 13

13 + 8 = 21

21 + 13 = 34

34 + 21 = 55

55 + 34 = 89

A partir dessa sequência, pode ser construído um retângulo, chamado de Retângulo de Ouro e, ao desenhar um arco dentro do retângulo, obtemos a Espiral de Fibonacci:


Arco dentro do Retângulo de Ouro: Espiral de Fibonacci.

Um fato interessante é que, a partir do número 3, podemos obter uma constante entre o coeficiente de um número com o seu anterior, cujo resultado é aproximadamente 1,618. Esse número também é chamado de “número de ouro” ou “proporção áurea”, utilizada na arte, na arquitetura e no design por ser vista como agradável aos olhos humanos. Quando mais você desenvolve a sequência de Fibonacci, mais a divisão entre um termo e seu antecessor fica próxima a esse valor. 

Curiosidades da sequência de Fibonacci

- Leonardo Pisa tornou essa sequência conhecida em seu livro Liber Abaci, ou Livro do Ábaco, o qual data de 1202. Porém, sabe-se que os indianos já haviam descrito essa sequência anteriormente. 

- A sequência de Fibonacci é usada em análises financeiras e na informática. Leonardo Da Vinci também a usou para fazer desenhos e chamou a sequência de Divina Proporção. 

- Existem alguns exemplos em que a espiral de Fibonacci aparece na natureza. Veja:

Artes: a sequência de Fibonacci foi uma das principais marcas do Renascimento. A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é um dos exemplos que apresenta essa razão na relação entre tronco e cabeça e entre os elementos do rosto da personagem retratada.

Camaleão: quando seu rabo está enrolado, é vista uma das representações mais perfeitas da espiral de Fibonacci entre os animais.

Corpo humano: se um ser humano com altura mediana dividir sua altura pela distância entre o umbigo e a cabeça, o resultado será um número em torno de 1,618.

Concha do caramujo: cada novo pedaço formado possui a dimensão dos dois antecessores somados.

Girassol: as sementes dessa flor preenchem o miolo organizadas em dois conjuntos de espirais, geralmente 21 no sentido horário e 34 no anti-horário.

Mãos: as articulações de todos os dedos se relacionam na razão áurea, com exceção do polegar.

Rosto: algumas pessoas dizem que em rostos considerados harmoniosos, a divisão da distância entre o centro da boca e o “terceiro olho” pela distância entre esse mesmo ponto e uma das pupilas é 1,618.

Viu como a sequência de Fibonacci é interessante e pode ser observada no nosso dia a dia? Entender como ela funciona é uma oportunidade para perceber onde ela aparece! Se você gostou deste post, veja outros conteúdos de matemática que podem ser interessantes:

( pesquisa internet)


segunda-feira, 1 de maio de 2017

VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO



MEDIDAS DE DISPERSÃO: VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO
No estudo dEstatística, dispomos de algumas estratégias para verificar se os valores apresentados em um conjunto de dados estão dispersos ou não e o quão distantes um do outro eles podem estar. As ferramentas empregadas para que isso seja possível são classificadas como medidas de dispersão e denominadas de variância e desvio padrão. Vejamos o que representa cada uma delas:
Variância:
·         Dado um conjunto de dados, a variância é uma medida de dispersão que mostra o quão distante cada valor desse conjunto está do valor central (médio).
·        
Quanto menor é a variância, mais próximos os valores estão da média; mas quanto maior ela é, mais os valores estão distantes da média.
·         Considere que x1, x2, …, xn são os elementos de uma amostra e que x é a média aritmética desses elementos. O cálculo da variância amostral é dado por:
Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + (xn – x)²
        ​n – 1
·         Se, em contrapartida, quisermos calcular a variância populacional, consideraremos todos os elementos da população, e não apenas de uma amostra. Nesse caso, o cálculo possui uma pequena diferença. Observe:
Var. populacional = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + (xn – x)²
                                    n
Desvio Padrão:
·         O desvio padrão é capaz de identificar o “erro” em um conjunto de dados, caso quiséssemos substituir um dos valores coletados pela média aritmética.
·         O desvio padrão aparece junto à média aritmética, informando o quão “confiável” é esse valor. Ele é apresentado da seguinte forma:
média aritmética (x) ± desvio padrão (dp)
·         O cálculo do desvio padrão é feito a partir da raiz quadrada positiva da variância. Portanto:
dp = √var
Vamos agora aplicar o calculo da variância e do desvio padrão em um exemplo:
Em uma escola, a direção decidiu observar a quantidade de alunos que apresentam todas as notas acima da média em todas as disciplinas. Para analisar melhor, a diretora Ana resolveu montar uma tabela com a quantidade de notas “azuis” em uma amostra de quatro turmas ao longo de um ano. Observe a seguir a tabela organizada pela diretora:

Antes de calcular a variância, é necessário verificar a média aritmética (x) da quantidade de alunos acima da média em cada turma:
6° ano → x = 5 + 8 + 10 + 7 30 = 7,50.
                  4               4
7° ano → x = 8 + 6 + 6 + 12 32 = 8,00.
                  4               4
8° ano → x = 11 + 9 + 5 + 10 35 = 8,75.
                    4              4
9° ano → x = 8 + 13 + 9 + 4 34 = 8,50.
                  4               4
Para calcular a variância da quantidade de alunos acima da média em cada turma, utilizamos uma amostra, por isso empregamos a fórmula da variância amostral:
Var. amostral = (x1 – x)² + (x2 – x)² + (x3 – x)² + ... + (xn – x)²
                       n – 1
6° ano → Var = (5 – 7,50)² + (8 – 7,50)² + (10 – 7,50)² + (7 – 7,50)²
                          4 – 1
Var = (– 2,50)² + (0,50)² + (2,50)² + (– 0,50)²
           3
Var = 6,25 + 0,25 + 6,25 + 0,25
         3
Var = 13,00
         3
Var = 4,33
7° ano → Var = (8 – 8,00)² + (6 – 8,00)² + (6 – 8,00)² + (12 – 8,00)²
                    4 – 1
Var = (0,00)² + (– 2,00)² + (– 2,00)² + (4,00)²
          3
Var = 0,00 + 4,00 + 4,00 + 16,00
         3
Var = 24,00
         3
Var = 8,00
8° ano → Var = (11 – 8,75)² + (9 – 8,75)² + (5 – 8,75)² + (10 – 8,75)²
                    4 – 1
Var = (2,25)² + (0,25)² + (– 3,75)² + (1,25)²
        3
Var = 5,06 + 0,06 + 14,06 + 1,56
         3
Var = 20,74
         3
Var = 6,91
9° ano → Var = (8 – 8,50)² + (13 – 8,50)² + (9 – 8,50)² + (4 – 8,50)²
                      4 – 1
Var = (– 0,50)² + (4,50)² + (0,50)² + (– 4,50)²
         3
Var = 0,25 + 20,25 + 0,25 + 20,25
           3
Var = 41,00
         3
Var = 13,66
Conhecida a variância de cada turma, vamos calcular agora o desvio padrão:
6° ano
dp = √var
dp = √4,33
​dp ≈ 2,08
7° ano
dp = √var
dp = √8,00
​dp ≈ 2,83
8° ano
dp = √var
dp = √6,91
​dp ≈ 2,63
9° ano
dp = √var
dp = √13,66
​dp ≈ 3,70
Para concluir sua análise, a diretora pode apresentar os seguintes valores que indicam a quantidade média de alunos acima da média por turma pesquisada:
6° ano: 7,50 ± 2,08 alunos acima da média por bimestre;
7° ano: 8,00 ± 2,83 alunos acima da média por bimestre;
8° ano: 8,75 ± 2,63 alunos acima da média por bimestre;
9° ano: 8,50 ± 3,70 alunos acima da média por bimestre;


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

SETE FATOS CURIOSOS SOBRE A MATEMÁTICA

7 fatos curiosos sobre a matemática

Das duas, uma: ou a matemática era um dos seus piores pesadelos nos tempos de escola ou você pegou tanto gosto pelos números que resolveu seguir uma profissão relacionada a eles quando crescesse.
Seja qual for o seu caso, não tem como não achar incrível a transformação dos números por meio de fórmulas e a possibilidade de calcular fenômenos da natureza inteiros só com conhecimentos de aritmética, álgebra ou geometria.
Pensando nesses fatores que impressionam desde os matemáticos até os já que encararam uma reprovação, reunimos abaixo algumas curiosidades e fatos sobre essa ciência que pode ser bastante divertida – e que muita gente ama odiar.

1. O poder do “4”

Essa aqui é mérito nacional e bastante conhecido de quem já gostava de matemática na infância. Escrito pelo brasileiro Júlio César de Melo e Sousa, sob o pseudônimo Malba Tahan, o livro “O Homem que Calculava” trazia, entre outras teorias, a dos “quatro quatros”.

Nem precisa de tudo isso: o 4 dá conta do recado.
Segundo ela, é possível formar qualquer número inteiro de 0 a 100 utilizando quatro numerais 4 e sinais de operações matemáticas, como soma, divisão, exponenciação ou fatorial. Deseja obter um “3”? É só fazer a seguinte operação: (4+4+4)/4. Fãs de Tahan já afirmam conseguir obter qualquer número até a casa dos 100.000. Será que você consegue?

2. Como é que é?

O austríaco Kurt Gödel é responsável por uma das curiosidades mais interessantes e bizarras da matemática. O “Teorema da incompletude” que leva seu nome tem duas teorias, mas a segunda delas é capaz de confundir a cabeça até do fã mais radical dessa ciência.
Segundo ela, uma teoria aritmética só pode provar sua consistência se for um axioma inconsistente. Calma, explicamos: uma fórmula não pode garantir sua própria existência – mas isso pode ser feito por outra verdade matemática, que dá continuidade ao ciclo. Que confusão!

3. Ele está em todo lugar

O número de ouro é uma das teorias mais surpreendentes da matemática – e também a que mais está envolvida em mentiras. Ela fala de uma unidade irracional que estaria presente em vários elementos da natureza, da arquitetura e até do corpo humano.

 Escravos? Que nada! Quem fez isso foi a matemática.

Representado pelo símbolo grego Phi (f), o número 1,6180, que seria equivalente à razão diagonal/lado de um pentágono regular, é estudado desde a Antiguidade por matemáticos. Ele indicaria a harmonia, por isso estaria presente em obras de Leonardo da Vinci, construções como as Pirâmides do Egito e até no comprimento das falanges humanas. Mas isso também o levou a ser questionado por muitos outros teóricos recentes, que afirmam que a presença dele em obras de arte é pura especulação.

4. Recompensa cheia de números

Em 2000, o Clay Mathematics Institute anunciou que pagaria o prêmio de US$ 1 milhão a cada matemático que fosse capaz de resolver os chamados “problemas do milênio”: sete problemas bolados durante vários séculos e que nunca haviam sido resolvidos.
Ninguém nega que o prêmio é bom, mas isso não significa que ele sairia tão facilmente. Demorou dez anos para a fundação desembolsar o primeiro dos sete pagamentos, feito ao russo Grigori Perelman, que resolveu a chamada “conjectura de Poincaré”, uma série de cálculos abstratos envolvendo esferas tridimensionais. Ele rejeitou o pagamento e, até agora, ainda é o único a riscar um problema da lista.

5. Gênio precoce

Enquanto você joga video games, o Galois estuda.
 matemático Evariste Galois é um dos destaques dessa ciência por seu conhecimento elevado ainda na adolescência, quando muita gente não quer nem chegar perto dos números. Ele chegou até a questionar os professores e abandonar as aulas para estudar por livros de gênios já consagrados, pois se considerava um nível acima daquilo tudo.
Nessa época, ele inventou um ramo totalmente novo da matemática, a “teoria dos grupos”, na qual constava a resposta sobre como resolver uma equação do 5° grau ou mais sem utilizar a transformação dos radicais, mas buscando as raízes da fórmula.

6. Tem que estudar mais, alunos!

 A nota média de matemática dos estudantes que se formaram no ensino médio em 2011 e prestaram o exame SAT (Scholastic Aptitude Test) foi de apenas 510 pontos, em um total de 800. O teste serve para avaliar a aptidão do aluno e direcioná-lo para a universidade mais adequada.

7. Primo de quem?

Os números primos fazem parte de um dos mais simples e intrigantes mistérios da matemática. Por que o 7, o 13 e o 29 são primos – e as unidades anteriores ou seguintes não? O padrão de distribuição dessa classificação permanece desconhecido, mas há uma luz no fim do túnel.
Chamada “Hipótese de Riemann”, a teoria tenta estabelecer um padrão escondido e não aleatório para os números primos – mas entender isso leva ainda mais tempo do que decorá-los.

 (Fonte das imagens: ThinkStock)

(Fonte da matéria:  https://www.tecmundo.com.br/matematica/21304-7-fatos-curiosos-sobre-a-matematica.htm)

POTÊNCIA - TEORIA

P O T E N C I A Ç Ã O


AS CÕNICAS

As Cônicas
Caso você não saiba, parábola, hipérbole e elipse são as chamadas curvas cônicas. Elas recebem esse nome porque resultam de cortes em um cone. Ao cortar um cone na horizontal ou no sentido oblíquo obtemos um círculo ou uma elipse.
Veja: ALGUMAS APLICAÇÕES DAS CÔNICAS
As cônicas desempenham um papel importante em vários domínios da física, incluindo a astronomia, a economia, a engenharia e em muitas outras situações, pelo que não é de estranhar que o interesse pelo seu estudo seja tão antigo.

Suponhamos que temos uma lanterna direcionada para uma parede, então o feixe de luz emitido desenhará nessa parede uma curva cônica. Este fato acontece porque o feixe de luz emitido pela lanterna forma um cone, e também porque a parede funciona como um plano que corta o cone formado. Dependendo da inclinação da lanterna relativamente à parede, assim se obtém uma circunferência, uma elipse, uma parábola ou uma hipérbole.
Certos candeeiros de cabeceira, cujo quebra luz é aberto segundo uma circunferência, desenham na parede uma hipérbole e no teto uma elipse. Os Engenheiros da área da iluminação usam este fato, entre outros, para construírem candeeiros, lanternas, etc
O som emitido por uma avião a jato supersônico tem a forma de um cone, pelo que, ao chocar com a Terra vai formar uma curva cônica. Assim, dependendo da inclinação do avião em relação à Terra, vamos obter elipses, parábolas ou hipérboles.
A audiometria usa este fato, entre outros, para saber a que distância da Terra o avião pode ultrapassar a barreira do som.
A superfície formada pela água dentro de um copo é elíptica, sendo circular apenas no caso em que o copo está exatamente na vertical, isto é, a superfície da água está alinhada com o nível, na horizontal.
Se girarmos o copo com um movimento rotativo sobre si próprio, a superfície do líquido nele inserido será a de um parabolóide.
Esta técnica é frequentemente usada para se obter este tipo de superfície. Na astronomia, Kepler mostrou que os planetas do sistema solar descrevem órbitas elípticas, as quais têm o sol num dos focos. Também os satélites artificiais enviados para o espaço percorrem trajetórias elípticas.
Mas nem todos os objetos que circulam no espaço têm órbitas elípticas. Existem cometas que percorrem trajetórias hiperbólicas, os quais ao passarem perto de algum planeta com grande densidade, alteram a sua trajetória para outra hipérbole com um foco situado nesse planeta.
Como a parábola é um caso de equilíbrio entre a elipse e a hipérbole (lembrando que a excentricidade da parábola é igual a um), a probabilidade de existir algum satélite com órbita parabólica é quase nula. Mas isso não impede a existência de satélites com esta trajetória.
Também as trajetórias dos projéteis, num ambiente sob a ação da força de gravidade, são parabólicas. Já no ambiente terrestre, onde existe a resistência do ar, essas trajetórias são elípticas, mais propriamente, arcos de elipses. No entanto, por vezes, as diferenças entre as trajetórias elípticas e as parabólicas são quase indetectáveis. A balística, ciência que estuda as trajetória de projéteis, faz uso deste fato para determinar o local da queda de um projétil.
No estudo dos átomos, um campo da Física e da Química, as órbitas dos elétrons em torno do núcleo são elípticas. Fazendo uso da propriedade refletora da parábola, Arquimedes construiu espelhos parabólicos, os quais por refletirem a luz solar para um só ponto, foram usados para incendiar os barcos romanos quando das invasões de Siracusa.
A concentração de energia gera calor. De fato, as propriedades refletoras das cônicas, de todas, e não somente as da parábola, tem contribuído para a construção de telescópios, antenas, radares, faróis de navegação, faróis de carros, lanternas, etc Na verdade, alguns dos objetos mencionados também obedecem à propriedade refratora das cônicas. Esta propriedade está intimamente ligada à propriedade refletora, pelo que os seus estudos são muito idênticos.
Só para dar uma amostra de objetos mais vulgares que usam a propriedade refratora das cônicas, menciono os seguintes: os óculos graduados, as lupas e os microscópios.
A partir da propriedade refletora das parábolas, os engenheiros civis construíram pontes de suspensão parabólica. Se imaginarmos os cabos que predem o tabuleiro da ponte como raios de luz, facilmente verificamos que o cabo principal, aquele que passa pelos pilares da ponte, tem forma de uma parábola.
As extremidades das asas do famoso avião britânico Spitfire, usado com grande sucesso na I Grande Guerra, eram arcos de elipses.
Embora a razão da sua escolha se prenda ao fato de se obter mais espaço para transportar munições, este tipo de asa diminuía a resistência do ar, favorecendo melhores performances ao avião em vôo.
O sistema de localização de barcos denominado por LORAM (LOng Range Navigation), faz uso das hipérboles confocais, onde os radares estão nos focos.
A idéia é baseada na diferença de tempo de recepção dos sinais emitidos simultaneamente pelos dois pares de radares, sendo um dos radares comum aos dois pares. O mapa assim construído apresenta curvas hiperbólicas.
Esta técnica foi usada na I Grande Guerra, para detectar barcos japoneses. Na construção de usinas atômicas podemos observar que o hiperbolóide de uma folha gerado pela rotação de uma hipérbole em torno do seu eixo transverso é também gerado por uma reta. Ou seja, ele pode ser considerado como sendo formado por uma união de retas.
Assim, seu formato é usado na construção de centrais de energia atômica, onde barras de aço retilíneas (que têm alta resistência) se cruzam para obter estruturas extremamente fortes. 3.1 Na astronomia.
Durante muitos séculos as concepções sobre o universo eram, fundamentalmente: concepções geoestáticas, isto é, admitia-se que a terra estava fixa; concepções geocêntricas, pois considerava-se que a terra ocupava o centro do universo, movimentando-se o sol, a lua e as estrelas em torno dela.
Os astrônomos estavam convencidos que todos os astros se movimentavam à volta da terra as trajetórias dos outros planetas eram circunferências, ou curvas compostas por circunferências que rodavam uma sobre as outras.
Mesmo depois de Copérnico, que no século dezesseis formulou a teoria heliocêntrica, se acreditava que o "movimento natural" era o movimento circular e, por isso, os planetas deveriam seguir esse tipo de trajetórias à volta do sol. Foi o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler, em 1969, que descobriu que «cada planeta descreve uma elipse de que o Sol ocupa um dos focos» (1ª Lei de Kepler).
O interesse de Kepler pelas cônicas surgiu devido às suas aplicações na óptica e na construção de espelhos parabólicos. Quando Kepler estava realizando um estudo preciso sobre o planeta Marte, tentou encontrar a circunferência que correspondia ao conjunto das posições que conhecia (baseando-se nos registros das observações astronômicas de Tycho Brahe, astrônomo dinamarquês com quem trabalhou), verificou que tal não era possível porque as posições conhecidas distribuíam-se por uma espécie de oval. Para sua surpresa, Kepler constatou que as curvas estudadas pelos gregos, dezoito séculos antes, constituíam agora um modelo para a interpretação das trajetórias dos planetas. E não só regem os planetas naturais, cometas e asteróides, como todos os satélites artificiais e astronaves cujas trajetórias, podem, hoje, ser pré-estabelecidas pelos matemáticos, minuto a minuto. Kepler conclui que "o planeta Marte segue uma trajetória elíptica". Formula então a sua primeira lei.
É de notar que as órbitas dos planetas são, de um modo geral, de excentricidade muito pequena. Anos depois, foi a partir das leis de Kepler que Newton, aplicando-lhes o seu cálculo diferencial, concluiu a Lei da Atração Universal, verificando ainda que os satélites efetuam também uma órbita elíptica em torno do seu planeta. Por exemplo: a órbita da Lua que descreve uma trajetória elíptica da qual a Terra é um dos seus focos.
As cônicas também descrevem trajetórias de projéteis, de pontos ou de partículas atômicas elementares, em arcos, pontes, jactos de água A lei da gravitação de Newton matematizou as descobertas empíricas de Kepler e, a partir do séc. XVII, o estudo analítico das cônicas e das suas aplicações aos movimentos no espaço, não cessou de se aperfeiçoar. 3.2 Em ótica e acústica.
A parábola ao rodar em torno do seu eixo de simetria, gera uma superfície parabólica ou parabolóide: condições acústicas especiais em auditórios, teatros, catedrais,etc As propriedades refletoras são geradas por cônicas, parabolóides, hiperbolóides e elipsóides; estas usam-se, por exemplo, nos espelhos e antenas parabólicas ou para criar
As seguintes propriedades da parábola e do parabolóide resultam do interesse dos espelhos parabólicos: Como receptor: Todo o raio luminoso que incide num espelho parabólico, paralelamente ao eixo, reflete-se passando por um ponto fixo - o Foco. Como emissor: Reciprocamente, todo o raio luminoso que incide no espelho parabólico passando pelo foco reflete-se paralelamente ao eixo. Uma fonte luminosa no foco produz um feixe de raios paralelos, com um maior alcance. Pode usar-se para emitir feixes de ondas de rádio ou de outra natureza.
A primeira propriedade justifica o funcionamento dos espelhos parabólicos, dos fornos solares, das antenas parabólicas que captam ondas de rádio, de radar ou de outras ondas eletromagnéticas, como as antenas de TV ou as dos enormes rádios telescópios. Conta-se que Arquimedes, durante o cerco de Siracusa, conseguiu incendiar naves romanas usando uns misteriosos espelhos, chamados "ustórios", que enchiam de pavor os sitiantes e os punham em fuga. Arquimedes já conhecendo as propriedades das cônicas, recorreu a um, ou vários espelhos parabólicos colocados de modo a concentrar os raios de Sol refletidos num só ponto, desviando-o depois para uma galera romana que começava a arder.
A segunda propriedade aplica-se em todos os faróis de navegação, de automóvel e outros tipos de projetores.
Por exemplo, num farol parabólico de automóvel a luz emitida pela lâmpada colocada no seu foco é refletida nas paredes e «atirada» para fora, iluminando a estrada.
Outro exemplo, são os fornos solares constituídos por grandes espelhos parabólicos (existe um em França, com 54 m de comprimento e 40 m de altura constituído por 9500 espelhinhos de 45cm de lado). No foco do espelho atinge-se uma temperatura de 3800 ºC, pois nele convergem os raios soares captados e refletidos pela sua superfície. Estas temperaturas são aproveitadas para conversões de energia, fusão, etc. No entanto as propriedades acústicas e ópticas não são exclusivas da parábola.
De fato, um raio que passe por um dos focos reflete-se na direção do outro foco, tanto na elipse, como na hipérbole. 3.3 Em Engenharia e Arquitetura. Em Engenharia e Arquitetura (em pontes, pórticos, cúpulas, torres e arcos) usam-se os arcos das cônicas devido às suas propriedades físicas e até estéticas.
Um exemplo é o cabo de suspensão de uma ponte, quando o peso total é uniforme distribuído segundo o eixo horizontal da ponte, toma a forma de uma parábola (como se pode ver na figura da direita).
 Outro Exemplo é a planta do Coliseu de Roma (como se pode ver na figura a seguir).
A hipérbole, ao rodar em torno de um dos eixos de simetria, gera uma superfície que tem o nome de hiperbolóide de revolução.
Nestas superfícies, as secções ao eixo de rotação são circunferências e as secções paralelas ao eixo são hipérboles.
Em 1669, Christopher Wren (arquiteto da catedral de S. Paulo) mostrou que o hiperbolóide de uma folha pode ser gerado pelo movimento duma reta e pode ser considerado como sendo formado por uma infinidade de retas (é uma superfície regrada).
O hiperbolóide de uma folha é usado na construção de centrais de energia, nomeadamente em centrais atômicas, que são regradas e podem ser reforçadas com barras de aço rectilíneas, que se cruzam por forma a obter estruturas extremamente fortes. 3.4 Na tecnologia atual. Se nós ligarmos a televisão poderemos ver imagens "ao vivo" provenientes dos mais remotos sítios do mundo. Para nós isto é natural, mas há 25 anos era impossível. De fato, só depois dos americanos terem lançado e colocado em órbita um satélite de comunicações, chamado Telstar, as imagens de televisão ao vivo de qualquer parte do mundo se tornaram possível. Depois deste primeiro satélite muitos outros se seguiram, permitindo que os técnicos de comunicação emitissem ou recebessem sinais de televisão ou rádio, passando por estes satélites. O grande problema das comunicações consiste em localizar e consertar o rasto de um satélite de comunicação no espaço, utilizando-se para isso antenas muito potentes e exatas, algumas delas com a forma de parabolóide. Hoje em dia é muito comum vermos pequenas antenas parabólicas nos telhados e terraços, por forma a receber programas estrangeiros de televisão. A construção destas antenas requer grandes conhecimentos de geometria e análise, algumas são constituídas por um grande refletor parabolóide cujo foco é comum a todas as parábolas que o geram. Como todos sinais que incidem no parabolóide paralelamente ao seu eixo se refletem para o foco, concentrando-se aí. Se no foco for instalado um aparelho receptor, o sinal será captado e tratado, consoante o fim a que se destina.